Farmácias homeopáticas: histórias da institucionalizaçäo de uma prática / Homeopathic pharmacy: history of the institutionalization of a practice

O presente trabalho tem como objetivo principal analisar a institucionalização da prática farmacêutica homeopática nos seus 160 anos de existência no Brasil, a partir do surgimento das farmácias privadas e públicas, da estruturação do ensino desta prática e do arcabouço jurídico que a envolve. Para isso,buscou-se relatar a constituição do campo farmacêutico homeopático neste período e os ensaios desenvolvidos para a entrada da prática farmacêutica homeopática nos serviços básicos de saúde nas cidades de Niterói, Rio de Janeiro e Juiz de Fora, considerados como um estudo de caso de uma unidade social em observação. Para realização dos objetivos citados, utilizou-se das técnicas da observação participante e entrevistas para recolhimento da "história" das farmácias e das dificuldades enfrentadas. Este trabalho coloca as farmácias homeopáticas como agentes dentro do campo homeopático que deste modo sofrem e exercem uma ação, fundamentalmente política, contribuindo para a institucionalização, em última análise, do sistema médico homeopático.

A homeopatia e a institucionalização da prática farmacêutica / The Homeopathy and the institutionalization pharmaceutical practice

O artigo trata da relação entre a medicina e a farmácia homeopática, nos aspectos conceitual, terapêutico e histórico desse sistema médico, e do ponto de vista da prática farmacêutica. A partir dos primeiros dados recolhidos no trabalho de campo desenvolvido nas cidades de Niterói e Rio de Janeiro (RJ), e Juiz de Fora (MG), para a institucionalização da farmácia homeopática, a partir de 1984 a pesquisa procura oferecer elementos necessários para a compreensão de um fato atual: a existência de um serviço médico-ambulatorial homeopático, de gestão estadual ou municipal. Mas é uma oferta muito pequena, aquém da demanda, de medicamentos manipulados de acordo com essa farmacotécnica. Este estudo levanta a hipótese de que a inexistência de farmácias homeopáticas dentro do serviço público poderia representar um obstáculo para a institucionalização da própria homeopatia, já que ela não pode ser avaliada nem mesmo como terapêutica médica, pois o ciclo do tratamento não é completo.